quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

and sweetness will cover your arms



as you let go of old enchanted chaos and swirl through lower east side barefoot again.

for p.

há que tempos



que andava para partilhar a Maria João*

orpheus looks back cause there's a hole in the ocean floor



andrew bird, break it yourself, 2012

porcelain



Baby I'm afraid of a lot of things but
I ain't scared of loving you
And baby I know you're afraid of a lot of things
But don't be scared of love... 'cause
People will say all kinds of things
But that don't mean a damn to me
'Cause all I see is what's in front of me
And that's you

Well I've been dragged all over the place
I've taken hits time just don't erase
And baby I can see you've been fucked with too
But that don't mean your loving days are through
'Cause people will say all kinds of things
But that don't mean a damn to me
'Cause all I see is what's in front of me
And that's you

Well I may be just a fool
But I know you're just as cool
And cool kids, they belong together

yeah yeah yeahs

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

drowning



- This is the moment where you leave him and come with me.
- Is it?
- Yeah, are you coming?
- No.

submarine, richard ayoade, 2010

ai, eu.



mas como!!?? como é que já é março e isto me está a bater à porta?
e como é que já estou há mais de meio-ano a viver no norte do país e sobrevivi ao inverno que jurava não suportar?
como é que passa tudo e o que recomeça parece uma continuidade de decisões, escolhas, palavras, dúvidas, certezas que não acabam nunca.



e como é que me vou desenrascar entre 10 salas e 20 palcos?
como?
escolher. correr. dançar. até ser dia.

canta, menina



ora agora ocorre-me repetir umas coisas sobre o Fantas, e de como todos desejámos que o Fassbender tivesse entrado pelo Rivoli adentro, ou das pipocas que servem quase clandestinas entre as meninas vampiras e os passatempos da zon que enchem o teatro, ou a imensidão de cadeiras que me apetece ouvir ranger como no são jorge mas que de tão novinhas e impecáveis se ajustam na perfeição aos novos tempos, ou do wallenstein e da são josé que por lá subiam escadas, ou da excitação de ver a cópia digital falhar a missão numa cabine de projecção que não acompanhou o progresso, ou até do dragão colossal à entrada só para lembrar que a fantasia começa à porta. mas não.

vou só recostar-me, inventar o fevereiro que me apetece e pensar no verão. no que nos espera a partir do verão. e aproveitar cada segundo até a porta do terminal de chegadas se abrir diante dos nossos olhos.

já aprendias

abrir o forno.
esquecer-me SEMPRE que tenho os óculos postos.
queimar os dedos.
não ver um palmo à frente do nariz.

iRun, iTravel, iSeek, iHug

km 126, the chromatics, tick of the clock

e algures no meio das 24h, contamos 652kms.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

custou-me comó caraças



hoje tive de dizer a um amigo que o concerto do bob dylan foi dos piores que já vi na vida.

mesmo à distância consegui perceber o desgosto dele ao teclar a resposta, arrastado como um condenado a quem passam o laço no pescoço. um pouco como o meu, depois de estar quase duas horas a tentar perceber onde andava o dylan que idolatrei. o das canções que trago comigo.
e que ao encontrar neil young um dia depois no mesmo palco, me deixou tanta coisa em perspectiva. não só o peso da idade que poderá ser incontornável, mas que raramente deita abaixo grande ícones. young é um deles. naquela noite fiz figas para que andasse à procura da harmónica meia hora como aqui. que contasse histórias. que fizesse tudo o que imaginara.
no fim de contas, fechei os olhos e levei-me naquela imensidão de ondas de som perfeitas. arrepios intermináveis.

disse-me que o ia ver. o bilhete provavelmente vai-lhe custar um ordenado.
fosga-se. já me arrependi. podia tê-lo deixado mais umas semaninhas na ânsia do momento da vida dele.
ignorance is bliss.

vesga, mas brilha



a casa da música vai-nos deixar abraçar a lua verdadeiramente ao som do que imaginamos que possa ser o roçar dos astros, satélites e planetas circundantes, com o espanto de vermos em simultâneo o lado que nos deixa alcançar.
como certas pessoas que por nós passam e deixam aquele soslaio sombrio apenas para elas. o misterioso apelativo que agarra por dentro algo mais do que apenas o querer encontrar o outro. o lado, diga-se.
lembrei-me deles, de méliès, de armstrong, da laica, de dubugnon, dos visionários. da voyager. da explosão. do bruno que me falou das crateras e dos nomes delas pela primeira vez. das sms. das viagens. dos encontros. das despedidas. de lhe colocar um laço à volta. e ela sempre ali. constante. oculta, meia, metade, mestiça, mirrando. até que, por fim, crescendo.


su


photo: fania santos

And those who were seen dancing were thought to be insane by those who could not hear the music.

• Nietzsche

se o lovecraft sonhasse



finalmente consegui sentar-me nas cadeiras do rivoli em fevereiro e esquecer-me do mundo.
são duas semanas. eu, tu e o que mais conseguirmos aguentar entre sangue, suor, lágrimas moto-serras, estradas do guincho, casas de massagens na mouraria, carne viva e muito riso. valeu a espera*

zumbir



As mãos pressentem a leveza rubra do lume repetem gestos semelhantes a corolas de flores voos de pássaro ferido no marulho da alba ou ficam assim azuis queimadas pela secular idade desta luz encalhada como um barco nos confins do olhar ergues de novo as cansadas e sábias mãos tocas o vazio de muitos dias sem desejo e o amargor húmido das noites e tanta ignorância tanto ouro sonhado sobre a pele tanta treva quase nada

al berto

crescidinho.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

medicine



tindersticks, the something rain, 2012

e respirar?

eu: então, vais para a piscina?
ela: vou, já estou atrasada. tu também?
eu: não. vou dar aula agora.
ela: és professora? que fixe! eu também quero ser, quando for grande! já só faltam seis anos.
eu: claro que sim. tens de estudar e chegas lá num instantinho.
ela: e já disse à minha mãe que quero estudar e não me quero casar. quero ser professora. e isso atrapalha-me.
eu: atrapalha-te?
ela: sim. se quero estudar e se quero ser melhor, tenho de ser a melhor, e isso não me deixa.
eu: mas então, podes namorar. não precisas de casar. e até podem vir nadar juntos. e estudar juntos. já imaginaste que pode ser ainda mais giro?
ela: o meu namorado não sabe nadar. eu já sei desde os cinco anos.
eu: e não podias ensinar o teu namorado?
ela: pois. é por isso que quero estudar. vou ser professora de natação. vou ensinar os rapazes a nadar. precisam de nós para tudo. até amanhã, professora!

eu: a do costume
ela: sofia
8 anos
aluna de natação, São João da Madeira Sports Club

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

the rainbow house

Devendra Banhart at the Rainbow House - Director's Cut from Oliver Peoples on Vimeo.



Starring real life couple Devendra Banhart and Rebecca Schwartz, the premise of the Oliver Peoples 2011 campaign is an exploration of authentic intimacy and sexuality. The love affair is explored in the one-of-a-kind masterpiece by architect John Lautner: Rainbow House. The contemporary California setting proved to be a perfect atmosphere to showcase the natural chemistry of the young, intriguing couple. Produced with acclaimed photographer and aspiring director Lisa Eisner, the short film will debut in early 2011 on the Oliver Peoples website.

lavagem automática

e foi por mera decisão tardia mas alguma teimosia que por fim acedi a deixar o carro numa daquelas estações de serviço, nem sei bem se é assim que aquilo se chama, mas mudam pneus, óleos, fazem revisões e limpezas a fundo, interiores e exteriores, mas que na verdade dizem que se o deixarmos lá por um dia, o carro vem como novo. e se o meu precisava. tantos quilómetros. tanto esforço um dia tem de ser compensado.
e enfim, parou.
quando telefonaram para que o fosse lá buscar, vi-o irreconhecível. até a cor parecia diferente. mas encostado à roda vi um saco de proporções gigantescas que vim a descobrir, continha muitas coisas minhas, outras não, e que os senhores, amavelmente e segundo as suas palavras eufemísticas, resolveram colocar no respectivo para que a limpeza fosse verdadeira e não meramente um contorno de obstáculos.
entre ressonâncias magnéticas, porta-chaves, filtros de máquinas fotográficas, cabos de bateria, toalhas de praia da canita, flyers desta e de outras escolas, moedinhas do continente, chapéus de sol, de chuva, de nevoeiro e quatro estações, tinha lá objectos que davam para uma feira de carcavelos desde o raiar do dia até à madrugada seguinte. sempre a facturar.

isto não abonava nada em meu favor. a quantidade de tralha que conseguia ver era mesmo minha.
descartar, reciclar é um processo que não termina nunca. e a leveza que se aprende ao ter tão pouco, ao acumular apenas a roupa e a carteira, e o nada de que precisamos, é a melhor forma de dar o passo seguinte. ao volante ou a pé. no limite de velocidade permitido ou não.

i ain't afraid of no ghosts.


«it takes a smart brunette to play a dumb blonde»



CALIFORNIA, UNITED STATES - MAY 1953: Marilyn Monroe on patio outside of her home.

(Photo by Alfred Eisenstaedt/Pix Inc./Time & Life Pictures/Getty Images) Time & Life Pictures

são coisas



o fuso horário que não chega*
e a saudade desfiada no ecrã onde te prendo baixinho

you are arriving in the summer

and i don't know what to do.
should i get the one way ticket, or should i wait for the world to stop first?

és o meu orgulho, ou... tudo :)

Não se pode ter muitos amigos. Mesmo que se queira, mesmo que se conheçam pessoas de quem apetece ser amiga, não se pode ter muitos amigos. Ou melhor: nunca se pode ser bom amigo de muitas pessoas. Ou melhor: amigo. A preocupação da alma e a ocupação do espaço, o tempo que se pode passar e a atenção que se pode dar — todas estas coisas são finitas e têm de ser partilhadas. Não chegam para mais de um, dois, três, quatro, cinco amigos. É preciso saber partilhar o que temos com eles e não se pode dividir uma coisa já de si pequena (nós) por muitas pessoas.

Os amigos, como acontece com os amantes, também têm de ser escolhidos. Pode custar-nos não ter tempo nem vida para se ser amigo de alguém de quem se gosta, mas esse é um dos custos da amizade. O que é bom sai caro. A tendência automática é para ter um máximo de amigos ou mesmo ser amigo de toda a gente. Trata-se de uma espécie de promiscuidade, para não dizer a pior. Não se pode ser amigo de todas as pessoas de que se gosta. Às vezes, para se ser amigo de alguém, chega a ser preciso ser-se inimigo de quem se gosta.

Em Portugal, a amizade leva-se a sério e pratica-se bem. É uma coisa à qual se dedica tempo, nervosismo, exaltação. A amizade é vista, e é verdade, como o único sentimento indispensável. No entanto, existe uma mentalidade Speedy González, toda «Hey gringo, my friend», que vê em cada ser humano um «amigo». Todos conhecemos o género — é o «gajo porreiro», que se «dá bem com toda a gente». E o «amigalhaço». E tem, naturalmente, dezenas de amigos e de amigas, centenas de amiguinhos, camaradas, compinchas, cúmplices, correligionários, colegas e outras coisas começadas por c.
Os amigalhaços são mais detestáveis que os piores inimigos. Os nossos inimigos, ao menos, não nos traem. Odeiam-nos lealmente. Mas um amigalhaço, que é amigo de muitos pares de inimigos e passa o tempo a tentar conciliar posições e personalidades irreconciliáveis, é sempre um traidor. Para mais, pífio e arrependido. Para se ser um bom amigo, têm de herdar-se, de coração inteiro, os amigos e os inimigos da outra pessoa. É fácil estar sempre do lado de quem se julga ter razão. O que distingue um amigo verdadeiro é ser capaz de estar ao nosso lado quando nós não temos razão. O amigalhaço, em contrapartida, é o modelo mais mole e vira-casacas da moderação. Diz: «Eu sou muito amigo dele, mas tenho de reconhecer que ele é um sacana.» Como se pode ser amigo de um sacana? Os amigos são, por definição, as melhores pessoas do mundo, as mais interessantes e as mais geniais. Os amigos não podem ser maus. A lealdade é a qualidade mais importante de uma amizade. E claro que é difícil ser inteiramente leal, mas tem de se ser.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Os Meus Problemas'

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

don't you want somebody to love



Rabbi Marshak: Grace Slick. Marty Balin. Paul Kanta. Jorma...
Danny Gopnik: Kaukonen.
Rabbi Marshak: ...something. These are the membas of the Airplane. Interesting. Here.
[He gives Danny back his radio]
Rabbi Marshak: Be a good boy.

a serious man, ethan and joel coen, 2009

estuário



Existem horas que nos deixam a pensar nas cidades, no movimento perpétuo de sombras e sempre que o silêncio abafa o ruído de quem passa, as horas percorrem momentos que nos resistem à morte por afogamento da saliva corrida pela pele. Essa que ardia não nas horas vagas, mas num constante desatino em compasso desalinhado.(....)

nyc, outubro de 2010

a bem dizer da verdade



é muito mais o que nos une do que imaginas.
recordo-me sempre das curvas que a vida precisa dar para chegar a um ponto.
é como as tuas letras. muito iguais e rectilíneas toda a gente consegue.
queria vê-los recomeçar do zero. como tu. como nós. ter a coragem.
tens casa, a manta, os filmes e o ressonar dela.
sempre.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

mariposa



só depois que os olhos deles se fecham para sempre é que compreendes que, até então, não sabias nada.

the descendants, alexander payne, 2011

os políticos são como as fraldas.

devem mudar-se com frequência e pelo mesmo motivo.

decidimo-nos a rever o eternal sunshine of the spotless mind

porque o pete nos avisou.
porque o hollywood não nos obriga a escolher dos DivXs.

porque a joana vai trazer lasanha.
porque sabemos que na cena final, já todos cerraram os punhos à espera que na vida real não seja assim.
mas é.

12/07/12



let it come to you.

iDance, iThrive, iStruggle


Alicia Graf Mack in Alvin Ailey's MEMORIA.
Photo by Andrew Eccles


You were once wild here. Don’t let them tame you. - Isadora Duncan

se a exploração merece castigo

por aqui




hoje era daqueles dias em que me enfiava na cinemateca até me expulsarem dali para fora.
aqui, o mais parecido é o teatro do campo alegre.
que, tentando, não chega lá. nem de longe. não por não quererem. mantendo-se contra todas as tendências de acabar com a paz e sossego dos espectadores das grandes salas, é ali o meu abrigo. mas por ser impossível trazer aquele cheiro a museu, bobines e torradas ao fim da tarde, candeeiros a meia-luz, livros no colo e tantas mãos dadas. o «somewhere over the rainbow». a meia-noite do mário laginha ao piano. o silêncio do murnau. o velho dos sacos nas matinés. e o que me irritava estar fechada ao domingo. a desoras. a noite em que fotografámos o manoel de oliveira. ele sorriu para ti. das vezes que me foste lá buscar ou esperaste que acabassem as 4h30 do kurosawa. das outras em que pensava que ias ver o filme comigo, mas só lá ias olhar-me sem dizer nada. tinhas prazer em ver-me fechar o livro ao passar a porta do café para te sentares na poltrona à minha frente.

mas temos de fazer o melhor do que temos.
assim sendo, passo a vida no teatro para ver cinema.
e penso em ti, lisboa.

manobras de diversão



a arte. a cultura. são o espelho do que uma comunidade reflecte.

a antónio arroio sempre foi o caldeirão que fervia e moldava grandes mentes, grandes mãos, criatividade e moldes diferentes pelos quais aprendi a ver, a escolher e a seguir algumas linhas de que mais me sentia próxima.
tive o privilégio de ensinar na antónio arroio, de sentir de perto o que ali se fazia pela diferença. como se contornava a falta de condições, de dinheiro, o excesso de burocracia que não há meio de desenguiçar a engrenagem maldita das papeladas, das perguntas, das justificações intermináveis.
ali, pensava-se a sério. ali aprendi em curto espaço de tempo o que noutros lugares por onde passei se fechava a sete chaves.

por isso rio-me quando vejo a palhaçada cavaquista de evitar o protesto das artes. de desaparecer perante o óbvio. quando os criativos ficam doentes, o país sucumbe. a vida estagna. as armas da palavra e do traço apagam-se. e o povo esmorece.
o palhaço tem medo de gente que pensa por si. que não olha para a máquina em busca de segurança, até porque é na arte que mais se arrisca.
o palhaço deve ter medo sim. muito medo.
as maiores mudanças que já vimos no mundo começaram sempre numa lente, no papel, na tela ou na forma do barro.

o palhaço não faz os trabalhos de casa. não molda, não cria, não inspira, não acrescenta. nada.
o ciclo natural da vida elimina os inadaptados. neste circo, este não dura muito mais.

só me lembro pelo lado de fora



A morte e a vida morrem
e sob a sua eternidade fica
só a memória do esquecimento de tudo;
também o silêncio de aquele que fala se calará.

Quem fala de estas
coisas e de falar de elas
foge para o puro esquecimento
fora da cabeça e de si.

O que existe falta
sob a eternidade;
saber é esquecer, e
esta é a sabedoria e o esquecimento.

manuel antónio pina

needless to say...



how music fits our silence, birds are indie, 2012

obrigatório. vezes sem conta.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

simple is more



Well this is just a simple song
To say what you done
I told you about all those fears
And away they did run
You sure must be strong
And you feel like an ocean
Being warmed by the sun

When I was just nine years old
I swear that I dreamt
Your face on a football field
And a kiss that I kept
Under my vest
Apart from everything, but the heart in my chest

I know that things can really get rough when you go it alone
Don't go thinking you gotta be tough, to play like a stone
Could be there's nothing else in our lives so critical
As this little hole!

My life in an upturned boat, marooned on a cliff
You brought me a great big flood
And you gave me a lift
To care, what a gift
You tell me with your tongue
And your breath was in my lungs
And you float over the rift

I know that things can really get rough when you go it alone
Don't go thinking you gotta be tough, to play like a stone
Could be there's nothing else in our lives so critical
As this little hole!

Well this will be a simple song to say what you've done
I told you about all those years and away they did run
You sure must be strong
And you feel like an ocean
Being warmed by the sun

Remember walking a mile to your house, a glow in the dark
I made a fumblin' play for your heart and the extra, the spark
You wore a charm in a chain that I stole specially for you
Love's such a delicate thing that we do, we've nothing to prove
Which I never knew

entre o ir e o ficar


foto: nbf

«a mais bela arma do mundo».
a estação. o carvão. a eternidade.

obrigada*

sábado, 18 de fevereiro de 2012

a minha monitora é a melhor do mundo!!!



obrigada pelo privilégio do beijo de parabéns até ao rio de janeiro <3
és única! nunca conseguirei mostrar-te o quanto.

hoje é o dia


foto: val stepa

a minha mãe que nunca quis que eu desistisse
a renata que nunca deixou que eu desistisse.
ao meu mestre, que eliminou a palavra desistir.

monotone



Desaparecido o fervor de uma monomania, falta uma ideia central para dar significado aos momentos interiores esparsos. Em suma, quanto mais o espírito está absorvido por um humor dominante, mais a paisagem interior se enriquece e varia. É preciso procurar uma só coisa, para encontrar muitas.


cesare pavese, o ofício de viver

«é a revolução, c********!»







obrigada!!***

fechaste a porta e acendo a tv e não é que me aparece

o ryan goslin de cuecas com menos dez anos. juro pela minha saudinha.

half nelson. vai lá conferir.

não, não é o roberto leal,



e a luciana abreu mudou-se para lisboa, portanto...

dá-me 5 minutos e lembra-te do pé esquerdo certeiro quando o manchester ainda dizia que ele é que era,



enquanto agradeço à california tê-lo deixado nestes propósitos.

canto inferior direito



já passava da hora e eu já ia atrasada e começaste a insistir que tinha de ser hoje, que não podíamos passar ao lado disto outra vez, mas eu já corria pela estrada e continuavas na teimosia de que hoje é que era e lá fomos, mesmo com os ponteiros contra mim, as horas a passar, quase se punha o sol e chegámos a tempo. corremos para a água, o carro no meio da estrada, a máquina empoleirada e não sabias bem como, mas de certeza que ia dar para ficar no enquadramento. com a pressa a dobrar desatámos a correr pelo frio, pelas gargalhadas e sem querer, as botas com areia, as mãos geladas por baixo do teu casaco, correr, e pegar na alça e ver se o obturador tinha fechado a tempo. não podia ser assim tão fácil, sem ver, nem tentar nem prometermos nada um ao outro. e da ponte da arrábida só é que abrimos a boca para dizer que afinal era por isso que 97% dos acidentes se davam àquela hora. o sol a pôr-se e todos a querer o seu pedaço de universo estelar.
consegui chegar a tempo, uns minutos antes até e ficamos na bolha verde. não sei porquê o verde. mas ficámos. ali. aqui. no aquecer das cores que quisermos.

«here in 6th avenue, i have the feeling that sound is acting»

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

libertação



cortar a trança pela raiz.

só porque estou a sair para a praia de matosinhos e ao sol fico com sardas assim

poucas coisas

me enternecem tanto como ver um cão com a cabeça de fora, a língua pendurada da janela de um automóvel.

é aquela inocência de quem não sonha o que o mundo abarca.

lembrete

tenho mesmo de escrever sobre a antónio arroio.
só não pode é ser hoje. ia sair tudo torto por linhas direitas.

às vezes tenho a sensação de que lixei tudo

mas começo a ler-te e acredito piamente que o melhor resume-se a isto.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

gostava de te mostrar que de teorias o mundo já está cheio, e de copos de água também



mas só se aprende de erro em erro até acertar na quantidade certa.
talvez agora entendas que o optimismo não chega.
mata a sede.

a tua e a de quantos conseguires alcançar.

do respeito



In the height of her financial troubles, Annie Leibovitz took a six-hour drive and stood mesmerized by the water of Niagra Falls, with her three children. The world-famous celebrity photographer extraordinaire was facing millions in debt, her career was in danger, her credit card was just rejected, and her hotel room was given away. Yet, she felt revived. She had a list! No assignments.... No Miley.


Leibovitz would go to Virginia Woolf’s house, her late partner Susan Sontag’s favorite. She would see Freud’s storied couch. She would find Emily Dickinson’s last surviving dress, Georgia O’Keeffe’s pastels, and the television Elvis shot a bullet through in 1970, hidden in a storage room at Graceland. With her kids, Leibovitz embarked on a road trip, shooting meaningful, personal, historical mementos with a digital camera. Triumphantly, her first ever all-digital exhibit has just opened at the Smithsonian American Art Museum. See a few choice shots in our gallery and her book, Annie Leibovitz: Pilgrimage.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

foi o david que disse!

São Valentim foi decapitado em 14 de Fevereiro de 270, uma data agora assinalada com jantares a reboque de solos de saxofone e prendas peludas fofinhas. Ah, a vida moderna.

click to add equation

i got your vDay card.

had to figure out that only after clicking the equation the colors changed :)
you know i have this phobia for excell spreadsheets, right? and that is probably the sweetest way to realize that you are as much of a nerd as i am alergic to numbers.
but i can cure alergies. just show me the way to the drugstore.

do nosso manual de instruções


quando pensas que já viste de tudo



juras que mais pareces alguém que prepara um rapto sobre o qual toda a gente fala, mas ninguém interrompe por saber que vai ser a melhor coisa que já te aconteceu na vida.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

tomber



... après tout, les choses sont comme elles sont, rien d’autre... un message c’est un message... des assiettes sont des assiettes... les hommes sont des hommes... et la vie c’est la vie...

travelling, travelling



summer will soon be here.
life and perfumes and music, loud intense music.
the sand, the coastline and all that's been waiting for so long for your arrival.
every once in a while we wonder how we got here. and the only way to find out is being there.
seeing with our own eyes the possibilities ahead.
all is ready. travel. the ocean. the skies. the perfect timing. love.

normalmente

isto acabaria com qualquer um.
mas tu não és qualquer um.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

absolute

Hal: Well, let's say that since you were little, you always dreamed of getting a lion. And you wait, and you wait, and you wait, and you wait but the lion doesn't come. And along comes a giraffe. You can be alone, or you can be with the giraffe.

Oliver: I'd wait for the lion.

Hal: That's why I worry about you."

Beginners, Mike Mills, 2010

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

braHma muHúrta

hoje chega a hora em que tudo começa.

há quem tenha asas e há quem tenha raízes. e há quem tenha cicatrizes.

acho que foi na conversa sobre o desenvolvimento das membranas embrionárias.
disseste que a pele tem uma memória que regista o toque e que essa memória vai buscar tudo aquilo por que passou. aquilo que nos bloqueia ou o que nos liberta e que é nessas memórias que a vida desde o embrião se vai desenvolvendo. os nossos reflexos, as angústias, as euforias.

as perdas. os toques que não mais sentimos e que, verdade seja dita, nos marcam a pele até à carne. alguns até à memória celular.
mas também que o tecido cutâneo regista milhares de novas sensações a cada segundo. e que esse, que parece novidade, não é mais do que o novo toque que já nos despertou algures. noutras sinapses.

e que isso por si só não serve para adiantar o caminho das mãos pelas linhas com que nos cosemos.
uns aos outros.
não chega para criarmos um novo mapa de experiências na nossa pele de dimensões renascentistas.

foi nessa conversa que olhei para o lado e deixei passar aquilo que realmente aprendia.
da cartografia que precisamos trazer debaixo do braço sempre que nos pedem o corpo e alma como percurso de mais uma viagem sem destino.

foi o pai que fez com sobras da UTIC em jeito de vingança



aquilo é uma daquelas lojas de velharias, ferragens e coisas de metal enferrujadas ali para os lados da rua do almada.

espreitei lá para dentro ainda meio apressada e vi um beliche. e lembrei-me de termos tido a sorte de ter um pai desenrascado que nos fez um, quando precisávamos. o espaço era pouco, mas a vontade era muito grande. maior que aquele canto pequenino. lembrei-me que te puxei o cabelo, porra pá, a inveja que eu tinha daquele cabelo. e ferveu um pouco o ar, para ver quem ganhava e ficava a dormir em cima.

eu ganhei. mas tu continuas aí e ainda hoje estás com a razão. devias ter ficado tu.
esta merda da saudade não mata, mas arrasta e mói.

de cortar à faca



deus, se existe, só pode ser mulher. acorda os adormecidos da vida só para lhes esfregar no nariz as reentrâncias do que andamos a perder sem lhe tocarmos.
e entretanto nem era nada disto que queria dizer. era qualquer coisa engraçada que aconteceu quando íamos com os livros que lemos numa mão e a nossa agitação de miúdos entre as palmas das mãos juntas e que agora não recordo, mas ele enviou-me uma sms dizendo que já vai a caminho de casa e a casa dele é muito longe da minha e eu fiz-me em saudade.
e se calhar, mais do que a cumplicidade que os outros não entendem, é este um dos sinais do verdadeiro amor. apaga o que sobra à sua volta.

six feet under - still.

"Love isn't something you feel, it's something you do. If the person you're with doesn't want it, do yourself a favor and save it for someone who does." - Nate

mas porque é que estas coisas me vêem parar às mãos logo nos dias em que mais tenho que fazer?!!



ou se todos os dias conseguisse acordar ainda mais cedo e combatesse o frio que só sossega quando o sol do meio-dia se lembra de que não chove há mais de um mês... e as páginas se soltassem aos teus pés, como os fios de dedos extraviados da noite anterior.

ai que o meu disco externo está na antecipação de mais uma spring cleaning



os teras não cabem em si de contentes.

antigonish



'Yesterday, upon the stair, I met a man who wasn’t there
He wasn’t there again today
I wish, I wish he’d go away'

h.m. the little man who wasn't there